
Em uma reviravolta dramática para milhares de cooperados, o Sicoob em Machadinho D’Oeste , uma das maiores cooperativas financeiras da região Norte, está no centro de uma investigação envolvendo um esquema de fraude que desviou mais de R$ 13 milhões de seus associados. A “Operação Serpente do Éden”, conduzida pela Polícia Federal, desmantelou o esquema criminoso na última quarta-feira (19), mas, até o momento, os cooperados seguem sem respostas claras e com suas contas bloqueadas.
A operação revelou que um ex-gerente da cooperativa, com a ajuda de outros funcionários, manipulava Guias de Transferência falsas para desviar dinheiro para contas de terceiros. O esquema, que parecia estar em andamento há meses, deixou os cooperados, muitos deles residentes de Machadinho D’Oeste, sem o acesso a suas economias.
“A gente confiava no Sicoob, sempre ouvi falar que era uma cooperativa que ajudava o povo. Agora, não sei como vou pagar as contas do mês”, desabafa um dos cooperados, que preferiu não ser identificado.
No total, foram apreendidos sete veículos de luxo, celulares e outros bens, somando R$ 13,7 milhões. O valor é superior ao montante desviado, levantando suspeitas sobre a extensão da fraude.
Apesar da gravidade da situação, o Sicoob em Machadinho tem se mantido em silêncio, sem comunicar oficialmente as ações que está tomando para recuperar o dinheiro perdido pelos cooperados. Em uma região onde muitos dependem da cooperativa para acessar serviços financeiros, a falta de transparência gera ainda mais angústia.

Até o momento, a cooperativa não emitiu um comunicado oficial para tranquilizar seus associados ou explicar como o sistema de controle falhou tão gravemente. “As pessoas estão sem respostas, e o que mais dói é o silêncio da cooperativa. Somos nós, os cooperados, que estamos pagando por uma falha no sistema”.
Especialistas em gestão financeira e compliance questionam como uma instituição desse porte pode ter falhado em detectar os desvios. “É preocupante que uma cooperativa de grande porte não tenha identificado irregularidades em um processo de transferências tão suspeitas”, comenta um especialista ouvido pela reportagem.
Além disso, muitos dos afetados são trabalhadores autônomos, pequenos empresários e pessoas que não têm outra opção financeira além da cooperativa. Para eles, o impacto vai além do financeiro, afetando diretamente o sustento de suas famílias.
A Polícia Federal segue investigando o caso e já apreendeu os bens relacionados à fraude. O ex-gerente e outros funcionários da cooperativa estão sendo investigados por envolvimento no desvio. Segundo a PF, a operação continua em andamento, e novas prisões não estão descartadas.
“A operação tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa que explorava a confiança dos cooperados para cometer crimes financeiros. Estamos trabalhando para garantir a devolução dos valores aos lesados, mas ainda é cedo para determinar o montante recuperado”.
O caso do Sicoob em Machadinho D’Oeste levanta questões sobre a segurança financeira em cooperativas e a necessidade de maior fiscalização para prevenir fraudes desse tipo. A expectativa dos cooperados é de que a cooperativa se posicione e comece a tomar medidas eficazes para reparar os danos causados. Até lá, o silêncio da instituição continua sendo um peso insuportável para aqueles que confiaram seus recursos à cooperativa.
A investigação segue em andamento, e as autoridades prometem atualizar a população à medida que novas informações surgirem. A reportagem continuará acompanhando o desdobramento do caso e trará novas informações à medida que forem divulgadas.
Fonte: alertarondonia.com.br/
Autor: Almi Coelho